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A gente vai vivendo e, em cada fase da vida, pensa que já sabe um tanto, que nada mais pode nos surpreender. Criamos inúmeras teorias sobre o amor, sobre relacionamentos, sobre como lidar com o outro em diversas circunstâncias, mas nada, absolutamente nada, nenhuma teoria sobre tudo isso nos prepara para a vida real. É nela, tecendo suas teias diariamente onde aprendemos a viver, a amar, a nos relacionar, a lidar com nossos pares e ímpares.
Nenhuma daquelas fórmulas antigas (de que um olhar para o lado quer dizer isso, a perna para o outro quer dizer aquilo) funciona. A vida real não tem fórmulas vamos aprendendo na lida, no tato, no olhar do outro o que realmente ele quer dizer, o que realmente acontece do lado de lá onde o outro se encontra.
Relacionar-se é muito mais que o filme romântico ou o livro das nossas histórias de amor pra chorar, é uma soma onde, ao mesmo tempo em que um mais um é dois, também é um. O dia a dia vai fazendo uma simbiose dos amantes e eles se misturam, se completam e se fundem muitas vezes, mas não podem perder-se de si, pois assim como é importante serem um, também é imprescindível serem dois para zelarem por sua individualidade, pela construção individual de si mesmos, pelo seu tear íntimo e, sobre este último, sua construção não pode parar.
É importante ir cuidadosamente unindo os pontos, trançando os fios, desfazendo e refazendo até ficarem firmes e lindos para que o todo fique harmonioso e forte ao mesmo tempo. É importante não descuidar, não nos abandonar, pois são nesses fios do nosso íntimo, tecidos diariamente, que encontramos o necessário para sermos par em paz.
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